domingo, 21 de dezembro de 2008

O primeiro post, não pede um título!

"E parece que de um tempo pra cá, venho perdendo a vontade de escrever, como se só os pensamentos bagunçados bastassem, aqueles todos que resolvem vir ao mesmo tempo à cabeça, um pouco antes de pegarmos no sono e nos atormentam até que desmaiemos, e voltamos a te-los aleatoriamente no dia seguinte.
Parece uma deficiência, minhas mãos não são capazes de digitar/usar uma caneta pra escrever como antes; é, parece que as coisas realmente mudaram para mim."

Levantou-se, olhou o rosto amassado, após uma tarde inteira de sono, bebeu duas xícaras de café forte, e concluiu: ' nada mais faz sentido '. Realmente, nada mais fazia sentido, não que estivesse desgostosa da vida, mas é como se não se encontrasse no meio em que viva; como se fosse um brinquedo fora do lugar, ou algo do tipo [...]
Naquele dia, ouviu músicas que pensava nunca ouvir, cantou alto como se tivesse 7 anos, remoeu problemas durante muitos minutos, chorou sem saber o motivo, sentiu uma solidão grande, porém agradável, teve vontade de assistir algo em VHS, e tirar poeira do velho móvel; Escreveu duas cartas para o que as crianças chamam de 'papai Noel', e ela de mãe, e não entregou nenhuma, chorou, molhando as letras em azul do papel; Olhou fotos que pareciam conter a maior das alegrias, e encheu-se de nostalgia.
Talvez tudo isso seja sinal de que algo vai mudar, de que talvez, as coisas comecem a ser diferentes, e a vida contenha menos motivos para ser reclamada, pelo menos por ela; Quem sabe o amanhã? ela acha que sabe, mas se engana a cada amanhecer, os dias vem tornando-se menos previsíveis, as coisas vem acontecendo aleatoriamente como se vivesse numa constante e repetitiva festa surpresa; Ja não é como na infância, onde escrevia de canetinha, e num pedaço de papel qualquer, os planos pro dia seguinte, e ficava feliz sempre que realizava, tudo o que havia planejado.
Sem planos, sem previsões, sem nem almejar um amanhã descente, ela apenas entregou-se ao 'não fazer sentido' e espera dia após dia, sempre sendo surpreendida pela própria vida, e não fazendo mais questão que as coisas façam um real sentido.
Pérola Cormann.

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