terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Rascunho nº1

"Vamos, da cá um trago na minha infelicidade, quando menos esperar, estará comprando infelizes maços e fumando uns dez desgostos por dia, morrerá de tristeza, com toda a certeza."

Sentada num banco assisto, as coisas passam por mim, e eu tenho o prazer em observá-las, enquanto fumo, e aquele cheiro forte fica entranhado nos meus dedos, e minha companhia não-fumante, faz caretas, mas não admite incomodar-se com o cheiro de cigarro, apenas me beija, é como se tentasse se acostumar com o fato, de que morrerei mais cedo, de câncer.

Faça valer a minha tentativa, me tire pra dançar, me chame pra programas cafonas, os quais recusarei, me ligue diariamente, até eu sentir tédio o bastante pra não te suportar, me diga coisas legais, quando eu não estou bem e só quero curtir meu mal-estar, me abrace no calor, me mande corações e me grave no seu, vamos lá, faça com que eu não te suporte mais... E quando você se for, sentirei sua falta, e provavelmente implorarei que volte.

Não que eu te odeie, ou coisa parecida, só quero você de um modo diferente o qual se dispõe...
"Quero teu silêncio, seu desprezo, quero que você não me atenda, e não me diga onde vai, quero que me deixe sozinha e vá conversar com outras pessoas, quero que esqueça que marcou algo comigo , e que se atrase constantemente, quero que não se preocupe comigo, quero que me faça ser mais sua, que minha."

Cormann, P.